Que tipo de leitor a escola me formou ?

                         Confesso que li poucos livros literários, pois para o meu azar, a escola apenas incentivava a leitura visando à obtenção de notas. Até mesmo quando a professora de português nos pedia para lermos um livro, esse era escolhido pela própria escola, ou seja, não tínhamos liberdade. Lembro que era árduo ler pensando nas possíveis perguntas que estariam na prova. Além disso, as aulas de português eram sempre focadas na gramática e as de literatura, na verdade, se tornaram uma obrigação, pois tínhamos de ler os livros que iriam ser cobrados nas provas de vestibular. E foi assim que li Dom Casmurro, Senhora, O cortiço, A Moreninha, Vidas Secas, A hora da estrela...
                        Ingressei na universidade duas vezes antes de cursar esta e sempre  li livros científicos, mais voltados para minhas graduações, Enfermagem e Direito. Acontece que de uns tempos pra cá, me senti vazia de livros literários. Pensei em buscar um curso que me despertasse o desejo pela leitura, mas sem pressões. Foi assim que pensei no curso de Letras, pois além de admirá-lo, tenho interesse pela língua inglesa e gosto de português também. Retornar à Ufal é uma mistura de prazer e desafio, mas acima de tudo,  será um estímulo para que eu continue engajada no processo de leitura.