quinta-feira, 4 de maio de 2017

Narrativa (entrevista)

Educação brasileira: uma realidade que se repete.



                         Trata-se de uma entrevista sobre o tempo de escola. Sr. João, 60 anos de idade, comerciante, domiciliado em Maceió, relatou que sua vida escolar se passou em tempos difíceis, precisava caminhar 8km para chegar à escola, pois morava em Limoeiro de Anadia, em uma área de difícil acesso. Mas a dificuldade e as condições precárias não suprimiram sua vontade de estudar. Afirmou que sua educação era voltada para o patriotismo, sempre que chegava tinha de cantar o hino nacional e posteriormente fazia uma oração.

                          O professor era bastante respeitado, pois os alunos temiam ficar de castigo, temiam a famosa palmatória. A forma de avaliação era através de arguição, ou seja,  era obrigado a memorizar os assuntos, sendo assim, se restringiu aos livros adotados pela escola, aprendia tudo na pressão e não lia livros literários. Suas matérias preferidas eram história e geografia, falou que até hoje sabe muita coisa dessas matérias, pois o método de memorização era mais eficaz que o método de ensino atual. As condições da escola eram precárias, não tinha carteira, sendo assim, era obrigado a estudar em pé.                   
                         Após concluir cada série, era preciso passar por uma avaliação da secretaria de educação do município. Apesar de toda dificuldade, conseguiu concluir seus estudos e se sente orgulhoso, pois afirma que a educação rígida permitiu que ele adquirisse um bom conhecimento.

                                          
                                    Homem velho com a cabeça em suas mãos- Van Gogh.

                     Imagem utilizada, nesse caso, para mostrar uma autoanálise do passado difícil vivenciado pelo entrevistado. Passa uma certa tristeza ao relatar como era árdua sua vida escolar.

domingo, 23 de abril de 2017

Resenha

Título: A culpa é das estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Publicação: 2012




                                                              Resenha



            Relutei muito desde a publicação deste livro em 2012 até realmente ter coragem para lê-lo, fato que aconteceu somente há algumas semanas. Lembro-me de várias pessoas comentando sobre o livro e sobre o filme e confesso que fiquei assustada. Romance não é o gênero do qual mais gosto, mas não foi isso que me fez adiar a leitura e sim o fato de se tratar de um casal com câncer. Logo no primeiro capítulo, Hazel Grace afirma ter câncer de tireóide desde os treze anos de idade e não nos deu muitas esperanças ao afirmar que estava com metástase. Seus pulmões já estavam comprometidos e ela precisava usar uma cânula e um carrinho com oxigênio para todo lugar que fosse. Quando li esse capítulo pensei em desistir, mas logo fui surpreendida com o senso de humor com o qual os personagens tratavam do assunto.

             Por achar que Hazel estivesse com depressão, sua mãe sugeriu que ela frequentasse o centro de apoio para pessoas com câncer e foi lá que ela conheceu Augustus Waters. Ele havia se recuperado de um câncer do tipo osteossarcoma, o que implicou amputação de uma de suas pernas. A história entre eles acontece com uma troca de olhares e um convite para assistir a um filme na casa dele. Surpreendemente Hazel aceita e, a partir daí, a relação de amizade começa a se intensificar levando ao romance que todos esperam no livro.

              Hazel é uma leitora assídua, questionadora e inteligente. Um de seus desejos é viajar para Amsterdã e conhecer o autor do seu livro preferido,“Uma aflição imperial”, o qual a deixou extremamente perturbada por não ter um final. Sendo assim, ela empresta o livro para Augustus que pretende ajudá-la a realizar esse desejo e obter as respostas que tanto ela gostaria de saber. Porém, a situação de saúde de Hazel não permitia que ela viajasse, então a médica impõe uma condição para que isso aconteça. O Augustus era bem metafórico, vivia com um cigarro apagado na boca, tinha medo de ser esquecido e nas horas de lazer gostava de jogar videogame. Antes da doença, era um excelente jogador de basquete. Mas o que Augustus e Hazel tinham em comum além da doença? O bom humor. Esse era um aspecto positivo na história deles. Estavam conscientes de todo o processo cancerígeno, mas buscavam viver cada dia como se não houvesse outro.

              O livro me levou a um questionamento: como alguém que está predestinado a morrer de uma doença tão devastadora, se permitiu viver um grande amor? Nesse momento, me lembrei de Vinícius de Moraes em seu poema “Soneto de fidelidade”:



                                  E assim, quando mais tarde me procure
                                  Quem sabe a morte, angústia de quem vive
                                  Quem sabe a solidão, fim de quem ama

                                  Eu possa me dizer do amor (que tive):
                                  Que não seja imortal, posto que é chama
                                  Mas que seja infinito enquanto dure.




                Um dos momentos mais bonitos do livro foi o passeio que Augustus e Hazel fizeram em Amsterdã. Eles visitaram a casa de Anne Frank, a qual me fez lembrar da apresentação de uma colega de turma sobre o livro “ O diário de Anne Frank” cuja história pode ser encontrada no site: http://www.annefrank.org/pt/ . Outro momento especial foi marcado pela primeira noite de amor, narrada de forma delicada e bem humorada. Esse tipo de romance escrito por John Green não é tão diferente de outros que também contam histórias entre adolescentes e tratam de assuntos delicados. Exemplo disso pode ser verificado no livro “Se eu ficar” que mostra um romance ingênuo entre adolescentes, um amor que busca superar o estado de coma, trauma sofrido após um acidente de carro. Segue o link: http://becoliterario.com/resenha-se-eu-ficar-gayle-forman/. Outro livro também que remete à história de Hazel e Gus é “ Branca como o leite, vermelha como o sangue “ que também envolve amor entre adolescentes e o enfrentamento da leucemia. A resenha desse livro pode ser vista no link: http://laviestallieurs.blogspot.com.br/2013/07/resenha-branca-como-o-leite-vermelha.html.

                 Alguns aspectos me fascinaram nesse livro de John Green. A escrita é bem envolvente e objetiva. A maneira bem humorada e leve como os personagens lidam com temas drásticos me fez pensar que tudo na vida pode mesmo ter um lado bom. Além disso, a escolha por Amsterdã como cenário dos momentos românticos deu um toque mágico e me fez acreditar que o amor de Hazel e Gus seria eternizado ali. Mas, apesar de ter gostado muito, alguns aspectos foram negativos na minha humilde opinião. A história, já no primeiro capítulo, traz uma previsibilidade de como seria o final do livro, pois ao mencionar o estado crítico de Hazel já denuncia um desfecho não muito animador. Um outro ponto que achei um pouco cansativo no livro foi a obsessão de Hazel em buscar respostas para o término do seu livro favorito.

                Esse livro me marcou pela intensidade com que falou sobre a doença. Durante a leitura, me coloquei no lugar dos personagens e senti o sofrimento junto com eles. Confesso que me emocionei várias vezes e na noite em que terminei o livro tive até pesadelo. A história é muito real e quem perdeu alguém próximo com essa doença ou pelo menos teve a chance de ir a um setor de oncologia sabe o quanto é doloroso ler qualquer coisa sobre isso. Apesar de ter me sentido triste com esse livro, posso dizer que ele traz uma beleza por trás da dor, é preciso viver cada momento como se fosse o último e eternizar tudo que há de bom. Finalizo essa resenha com minha citação preferida:


"Mas eu acredito no amor verdadeiro, sabe? Não acho que todo mundo possa continuar tendo dois olhos, nem que possa evitar ficar doente, e tal, mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa "






sábado, 22 de abril de 2017

10/04/17



                    Hoje a aula foi bem diferente. Assistimos ao filme " Snowden " que conta a história de um técnico em redes de computação, de 29 anos,  que trabalhou para a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos e revelou em 2013 um esquema de espionagem ao descobrir que a NSA tinha sob controle a vida de qualquer pessoa no mundo. Após o filme, houve algumas discussões a respeito do tema e sempre fica aquele questionamento: seria Snowden herói ou traidor ?  Na minha opinião, acho que ele agiu correto, embora não teria a mesma coragem se estivesse no lugar dele. Não sei até que ponto a segurança de um país pode comprometer a liberdade das pessoas, acho que é uma questão delicada, é preciso ponderar esses valores. Na roda de conversa, uma colega apresentou um livro interessante chamado " Para sempre Alice ". A citação que a colega escolheu para ler me deixou bem reflexiva, estava um pouco abalada, pois havia terminado " A culpa é das estrelas " no domingo. Enfim, por um bom tempo não quero saber de livros com histórias tão tristes assim que envolvam morte ou doença. 





                        Também gostaria de dizer que este é meu último diário de bordo. Foi uma experiência boa, apesar de não gostar de expor minha escrita. Este blog será um registro que guardarei com carinho, posso dizer que a semente foi plantada. E assim me despeço com a certeza de que fiz o melhor que pude e de que há muita coisa ainda para aprender e aprimorar nessa longa jornada.




              



Aula 03/04/17 


                      O tema da aula de hoje foi "A tecnologia digital no contexto da educação: ônus e bônus".  A professora iniciou a aula explicando como fazer a narrativa a partir da história de uma pessoa a qual iremos entrevistar, pois teremos de entregar como parte da nota para este semestre. Posteriormente, iniciou o assunto da aula falando sobre a tecnologia e como ela poderia influenciar as nossas vidas. Explicou sobre o que seria cibercultura, mostrando que a tecnologia é praticamente uma extensão do nosso corpo, pois hoje é quase impossível viver sem internet. Para isso, foi feita uma reflexão para mostrar a importância do iluminismo nesse processo, tendo em vista que foi a partir dele que o homem se voltou para si, se tornando mais egocêntrico. Ao sermos questionados se seríamos mais consumistas ou produtivos, divergimos quanto às opiniões. Acho que consumo mais do que produzo. Na verdade, acho que precisamos consumir para produzirmos, pois sem internet, por exemplo, não podemos fazer quase nada. O problema é que algumas vezes essa exposição constante à tecnologia nos faz refém dela e acabamos postergando alguns compromissos ou até mesmo deixando de fazê-los. Então, o ideal sempre é o equilíbrio, mas confesso que é bastante complicado atingir um certo nível de concentração quando se tem ao redor tanta tecnologia oferecendo coisas atrativas, nem sempre produtivas.

terça-feira, 28 de março de 2017


27/03/17    


                   O primeiro momento de aula foi reservado às apresentações das narrativas digitais. Achei todas bem interessantes, ri com algumas e também me emocionei com outras. Um aspecto me chamou a atenção: a maneira como a leitura transforma a vida das pessoas. Acho que isso ficou nítido em todos os vídeos. A narrativa do meu grupo foi baseada na crônica " As mil e uma noites " de Rubem Alves. Tentamos mostrar um Sultão decepcionado com a leitura devido a uma péssima professora que o desestimulou na sua época escolar, mas que posteriormente redescobriu o sabor da leitura durante sua vivência enquanto  professor e pôde repassar isso aos seus alunos. Após esse momento prazeroso, a professora Andréa teve de falar sobre as provas. Sendo assim, explicou novamente o que seria interdiscursividade e mostrou aspectos interessantes relacionados ao cotidiano. Comentou algumas provas e para minha surpresa, ela gostou da minha. Finalmente tivemos a roda de conversa e resolvi participar mesmo sem ter preparado minha citação preferida do livro "Se eu ficar", da Forman Gayle, pois achava que as apresentações seriam na semana seguinte. Mesmo assim, acho que passei a essência do livro. Como disse em sala, foi um livro que me fez refletir muito, não costumo gostar de romances, mas esse em particular, me fez pensar em questões intrínsecas, relacionadas a escolhas, acho que sou muito sensível a isso, talvez por que eu tive de passar por algumas que me deixaram entre a cruz e a espada, mas que fazem parte da vida. Gostei também do livro que a colega apresentou, não  recordo o nome, mas me lembro bem da autora, Agatha Christie, pois recentemente li " A morte no Nilo " e adorei, então posso dizer que me identifico com o estilo da Agatha, acho que ela faz suspense de forma objetiva e uma característica minha é detestar prolixidade. Ou pensando bem, por gostar de Direito penal, eu tenha me identificado com esse aspecto de investigação. Em suma, a aula foi muito prazerosa. Todos os grupos se desempenharam bem e fiquei feliz em poder usufruir de uma tarde tão produtiva.  Abaixo está nossa narrativa digital feita com muita dedicação. Espero que gostem!!!!






domingo, 26 de março de 2017

13/03/17  -


                    Essa aula foi um pouco mais rápida, então serei sucinta no meu relato. A professora iniciou relembrando o documentário " Janela da alma " e destacou mais uma vez os aspectos sobre a visão de mundo e assim pudemos perceber a criticidade envolvida no interdiscurso. Além disso, houve também um momento dinâmico no qual pudemos analisar algumas imagens e textos. Foi realizada uma atividade em grupos que consistia em analisar as imagens de jornais, revistas e cartoons para classificarmos quanto ao tipo de relação que estava envolvendo o texto e a imagem. Sendo assim, aprendemos três tipos:  ancoragem (quando o texto apóia a imagem), ilustração (a imagem apóia o texto) e o relay ( a imagem e o texto são complementares). A atividade foi legal, mas me senti meio confusa. De certa forma, me despertou para uma análise mais maliciosa, vendo o que está por trás de uma imagem ou de um texto, pois quase sempre os jornais trazem suas ideologias como forma de manipulação. Posteriomente, houve a roda de conversa e alguns colegas apresentaram seus livros, não me identifiquei com nenhum dos livros dessa vez. Essa foi a última aula antes da prova, estava um pouco tensa.

                   

domingo, 12 de março de 2017


06/03/17


                       Hoje a aula teve um significado diferente e interessante pra mim. Antes de a aula começar, cheguei mais cedo à universidade e encontrei uma colega da época do colégio, estávamos justamente falando sobre miopia, estava contando a ela sobre as experiências que tive quando precisei ficar sem os óculos e o porquê de não me submeter à cirurgia para correção. Por coincidência, o tema da aula havia sido " o que é a visão ". No início do vídeo, me identifiquei várias vezes com algumas frases, um depoimento que me chamou a atenção foi o da atriz Marieta Severo ao mencionar que  perder as lentes de contato em cena, a deixava desestabilizada emocionalmente, pois ela não conseguia enxergar os olhos dos atores com quem contracenava. Só quem é míope entende bem o que ela falou. Mas o vídeo não se tratava apenas dessa deficiência física, que muitas vezes nos incomoda, a mensagem realmente que pude extrair dele é que enxergar vai muito além de uma lente. Um depoimento que me comoveu foi o de um senhor relatando que enxergar era uma coisa que vinha de dentro. Muitas vezes nos tornamos cegos quando não olhamos para dentro de nós, quando deixamos de olhar para as questões sociais. Esse documentário me fez refletir também sobre coisas simples do dia-a-dia, a maneira como a cidade nos cega, a quantidade de informações desnecessárias que nos fazem perder o foco. Daí a necessidade de filtrar realmente o que vale a pena, o que interessa.  No final, houve a roda de conversa, três colegas de turma apresentaram livros que haviam lido e dividimos os grupos para o trabalho sobre narrativas digitais. Adorei a aula, pois gosto de temas reflexivos que me façam parar e enxergar a vida com outros olhos, mais críticos e sensíveis.