domingo, 23 de abril de 2017

Resenha

Título: A culpa é das estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Publicação: 2012




                                                              Resenha



            Relutei muito desde a publicação deste livro em 2012 até realmente ter coragem para lê-lo, fato que aconteceu somente há algumas semanas. Lembro-me de várias pessoas comentando sobre o livro e sobre o filme e confesso que fiquei assustada. Romance não é o gênero do qual mais gosto, mas não foi isso que me fez adiar a leitura e sim o fato de se tratar de um casal com câncer. Logo no primeiro capítulo, Hazel Grace afirma ter câncer de tireóide desde os treze anos de idade e não nos deu muitas esperanças ao afirmar que estava com metástase. Seus pulmões já estavam comprometidos e ela precisava usar uma cânula e um carrinho com oxigênio para todo lugar que fosse. Quando li esse capítulo pensei em desistir, mas logo fui surpreendida com o senso de humor com o qual os personagens tratavam do assunto.

             Por achar que Hazel estivesse com depressão, sua mãe sugeriu que ela frequentasse o centro de apoio para pessoas com câncer e foi lá que ela conheceu Augustus Waters. Ele havia se recuperado de um câncer do tipo osteossarcoma, o que implicou amputação de uma de suas pernas. A história entre eles acontece com uma troca de olhares e um convite para assistir a um filme na casa dele. Surpreendemente Hazel aceita e, a partir daí, a relação de amizade começa a se intensificar levando ao romance que todos esperam no livro.

              Hazel é uma leitora assídua, questionadora e inteligente. Um de seus desejos é viajar para Amsterdã e conhecer o autor do seu livro preferido,“Uma aflição imperial”, o qual a deixou extremamente perturbada por não ter um final. Sendo assim, ela empresta o livro para Augustus que pretende ajudá-la a realizar esse desejo e obter as respostas que tanto ela gostaria de saber. Porém, a situação de saúde de Hazel não permitia que ela viajasse, então a médica impõe uma condição para que isso aconteça. O Augustus era bem metafórico, vivia com um cigarro apagado na boca, tinha medo de ser esquecido e nas horas de lazer gostava de jogar videogame. Antes da doença, era um excelente jogador de basquete. Mas o que Augustus e Hazel tinham em comum além da doença? O bom humor. Esse era um aspecto positivo na história deles. Estavam conscientes de todo o processo cancerígeno, mas buscavam viver cada dia como se não houvesse outro.

              O livro me levou a um questionamento: como alguém que está predestinado a morrer de uma doença tão devastadora, se permitiu viver um grande amor? Nesse momento, me lembrei de Vinícius de Moraes em seu poema “Soneto de fidelidade”:



                                  E assim, quando mais tarde me procure
                                  Quem sabe a morte, angústia de quem vive
                                  Quem sabe a solidão, fim de quem ama

                                  Eu possa me dizer do amor (que tive):
                                  Que não seja imortal, posto que é chama
                                  Mas que seja infinito enquanto dure.




                Um dos momentos mais bonitos do livro foi o passeio que Augustus e Hazel fizeram em Amsterdã. Eles visitaram a casa de Anne Frank, a qual me fez lembrar da apresentação de uma colega de turma sobre o livro “ O diário de Anne Frank” cuja história pode ser encontrada no site: http://www.annefrank.org/pt/ . Outro momento especial foi marcado pela primeira noite de amor, narrada de forma delicada e bem humorada. Esse tipo de romance escrito por John Green não é tão diferente de outros que também contam histórias entre adolescentes e tratam de assuntos delicados. Exemplo disso pode ser verificado no livro “Se eu ficar” que mostra um romance ingênuo entre adolescentes, um amor que busca superar o estado de coma, trauma sofrido após um acidente de carro. Segue o link: http://becoliterario.com/resenha-se-eu-ficar-gayle-forman/. Outro livro também que remete à história de Hazel e Gus é “ Branca como o leite, vermelha como o sangue “ que também envolve amor entre adolescentes e o enfrentamento da leucemia. A resenha desse livro pode ser vista no link: http://laviestallieurs.blogspot.com.br/2013/07/resenha-branca-como-o-leite-vermelha.html.

                 Alguns aspectos me fascinaram nesse livro de John Green. A escrita é bem envolvente e objetiva. A maneira bem humorada e leve como os personagens lidam com temas drásticos me fez pensar que tudo na vida pode mesmo ter um lado bom. Além disso, a escolha por Amsterdã como cenário dos momentos românticos deu um toque mágico e me fez acreditar que o amor de Hazel e Gus seria eternizado ali. Mas, apesar de ter gostado muito, alguns aspectos foram negativos na minha humilde opinião. A história, já no primeiro capítulo, traz uma previsibilidade de como seria o final do livro, pois ao mencionar o estado crítico de Hazel já denuncia um desfecho não muito animador. Um outro ponto que achei um pouco cansativo no livro foi a obsessão de Hazel em buscar respostas para o término do seu livro favorito.

                Esse livro me marcou pela intensidade com que falou sobre a doença. Durante a leitura, me coloquei no lugar dos personagens e senti o sofrimento junto com eles. Confesso que me emocionei várias vezes e na noite em que terminei o livro tive até pesadelo. A história é muito real e quem perdeu alguém próximo com essa doença ou pelo menos teve a chance de ir a um setor de oncologia sabe o quanto é doloroso ler qualquer coisa sobre isso. Apesar de ter me sentido triste com esse livro, posso dizer que ele traz uma beleza por trás da dor, é preciso viver cada momento como se fosse o último e eternizar tudo que há de bom. Finalizo essa resenha com minha citação preferida:


"Mas eu acredito no amor verdadeiro, sabe? Não acho que todo mundo possa continuar tendo dois olhos, nem que possa evitar ficar doente, e tal, mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa "






sábado, 22 de abril de 2017

10/04/17



                    Hoje a aula foi bem diferente. Assistimos ao filme " Snowden " que conta a história de um técnico em redes de computação, de 29 anos,  que trabalhou para a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos e revelou em 2013 um esquema de espionagem ao descobrir que a NSA tinha sob controle a vida de qualquer pessoa no mundo. Após o filme, houve algumas discussões a respeito do tema e sempre fica aquele questionamento: seria Snowden herói ou traidor ?  Na minha opinião, acho que ele agiu correto, embora não teria a mesma coragem se estivesse no lugar dele. Não sei até que ponto a segurança de um país pode comprometer a liberdade das pessoas, acho que é uma questão delicada, é preciso ponderar esses valores. Na roda de conversa, uma colega apresentou um livro interessante chamado " Para sempre Alice ". A citação que a colega escolheu para ler me deixou bem reflexiva, estava um pouco abalada, pois havia terminado " A culpa é das estrelas " no domingo. Enfim, por um bom tempo não quero saber de livros com histórias tão tristes assim que envolvam morte ou doença. 





                        Também gostaria de dizer que este é meu último diário de bordo. Foi uma experiência boa, apesar de não gostar de expor minha escrita. Este blog será um registro que guardarei com carinho, posso dizer que a semente foi plantada. E assim me despeço com a certeza de que fiz o melhor que pude e de que há muita coisa ainda para aprender e aprimorar nessa longa jornada.




              



Aula 03/04/17 


                      O tema da aula de hoje foi "A tecnologia digital no contexto da educação: ônus e bônus".  A professora iniciou a aula explicando como fazer a narrativa a partir da história de uma pessoa a qual iremos entrevistar, pois teremos de entregar como parte da nota para este semestre. Posteriormente, iniciou o assunto da aula falando sobre a tecnologia e como ela poderia influenciar as nossas vidas. Explicou sobre o que seria cibercultura, mostrando que a tecnologia é praticamente uma extensão do nosso corpo, pois hoje é quase impossível viver sem internet. Para isso, foi feita uma reflexão para mostrar a importância do iluminismo nesse processo, tendo em vista que foi a partir dele que o homem se voltou para si, se tornando mais egocêntrico. Ao sermos questionados se seríamos mais consumistas ou produtivos, divergimos quanto às opiniões. Acho que consumo mais do que produzo. Na verdade, acho que precisamos consumir para produzirmos, pois sem internet, por exemplo, não podemos fazer quase nada. O problema é que algumas vezes essa exposição constante à tecnologia nos faz refém dela e acabamos postergando alguns compromissos ou até mesmo deixando de fazê-los. Então, o ideal sempre é o equilíbrio, mas confesso que é bastante complicado atingir um certo nível de concentração quando se tem ao redor tanta tecnologia oferecendo coisas atrativas, nem sempre produtivas.